Padronização do modelo experimental da insuficiência renal aguda para estudo bidirecional com a periodontite apical

Introdução: A insuficiência renal aguda (IRA) ocorre em cerca de 5% das hospitalizações e até 30% das internações em UTI, possuindo taxas de mortalidade entre 15% e 60%. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi analisar diferentes protocolos de indução da IRA em modelo animal, buscando a padronização do modelo para o estudo da relação bidirecional com a periodontite apical (PA). Métodos: Foram utilizados vinte e quatro ratos divididos em três grupos (n=8): G1) administração de gentamicina na dosagem de 80mg/Kg/dia durante cinco dias; G2) administração de gentamicina na dosagem de 100mg/kg/dia durante oito dias; e G3) administração de gentamicina na dosagem de 100mg/kg/dia durante dez dias. A PA foi induzida em todos os grupos por meio da exposição pulpar dos primeiros e segundos molares superiores e inferiores do lado direito. Após trinta dias da exposição pulpar, os animais foram eutanasiados; os rins, coletados para análise histológica em HE; e as maxilas e mandíbulas, removidas para análise radiográfica. Resultados: A presença da PA foi confirmada em todos os espécimes pelo exame radiográfico. O grupo G3 apresentou índice de mortalidade de 75%, enquanto G1 e G2 não apresentaram mortalidade. Histologicamente, o tecido renal do grupo G2 apresentou alterações teciduais, como dilatação e necrose tubular mais severa, quando comparado ao grupo G1 (p<0,05). Conclusão: Diante do alto índice de mortalidade observado em G3 e dos achados histológicos observados em G1 e G2, o protocolo indicado para o estudo da relação bidirecional com a periodontite apical é o de 100mg/kg/dia durante oito dias.